Qual a razão dos preços das habitações continuarem a subir?


É já comum ouvir dizer que os preços das propriedades caíram drasticamente, e logicamente, se pensarmos sobre isso, faz sentido. Foi esta mesma assunção que decidimos abordar e analisar ao pormenor para si.

Num artigo publicado pela CNBC na passada segunda-feira, incidiu alguma luz na razão pela qual os preços das habitações no Reino Unido estão continuamente a subir, aliás, registaram o maior crescimento desde o final do ano de 2016. É de realçar, no entanto, que a conjuntura atual resulta um pouco como um pau de dois bicos, sendo estes dois extremos com enorme peso, a base da flutuação de preço – um lado está relacionado com a pandemia, resultando numa grande ameaça para o setor imobiliário; o outro, o fato de que a população não pára de crescer, contribuindo para uma saturação no imobiliário das grandes cidades e arredores.

A população mundial com poder de compra ou de arrendamento habitacional também não para de crescer. Uma vez que vivemos o efeito da globalidade, as grandes cidades de Portugal comparadas com outras capitais na europa ainda continuam a ser das mais baratas e com menor custo de vida. As cidades vão ser de mais fácil acesso pelas medidas tanto do governo para diluir as entradas e saídas das mesmas, assim como a grande flexibilidade das famílias poderem trabalhar uns dias em casa e outros dias no escritório – o que vai resultar num aumento crescente da procura de casa fora das cidades... bem como uma maior qualidade de vida.

Moradia

Moradia por Yaroslav Alekseenko em Unsplash

«A Halifax House Price Index, uma empresa gerida pela consultora IHS Markit, constatou que os preços das habitações subiram 5.2% em Agosto, comparativamente ao mesmo mês no ano passado. Sendo, desta forma, o maior crescimento anual de preços desde o final de 2016).

O preço médio de uma habitação no Reino Unido atingiu 245.747£ - a primeira vez que ultrapassou o recorde dos 245.000£. Isto, representa um crescimento mensal de 1.6% de Julho para Agosto, um registo que ultrapassa as previsões anteriores dos economistas da Reuters.

Russell Galley, diretor-geral da Halifax, afirmou que o aumento na atividade do mercado imobiliário originou uma subida dos preços no setor residencial à medida foram diminuindo as restrições do confinamento devido ao coronavírus, durante os meses de verão. Isto foi "alimentado pelo aumento da procura até então reprimida, um forte desejo entre alguns compradores de se mudarem para propriedades maiores e, claro, o corte temporário do stamp duty.

Em Julho, o Ministro das Finanças do Reino Unido Rishi Sunak, anunciou uma "folga" aos impostos sobre habitação, conhecida como stamp duty, nas propriedades até 500.000£ numa tentativa de estimular o mercado imobiliário.»

No entanto, Galley acrescentou que os números registados não são uma confirmação estável do panorama atual do mercado imobiliário. Apesar dos números otimistas no segundo e terceiro trimestre de 2020, o diretor da Halifax afirma que é ainda cedo para concluir como o mercado irá comportar-se depois da poeira assentar. De qualquer forma, ainda estamos para perceber quais as consequências reais do shutdown económico.

Londres

Londres por Alex Block em Unsplash

Perante as incertezas do mercado, podemos apenas especular como a procura irá ser impactada pela conjuntura atual. Curiosamente, estas especulações nutrem um sentimento geral de otimismo. Na TOTE SER, podemos admitir que entre o 1º e 2º trimestre de 2020, registou-se alguma hesitação relativamente à aquisição de imóveis. No entanto, a procura residencial no final do confinamento disparou. Isto deve-se a vários fatores, nomeadamente o crescente número de divórcios, a procura por uma nova habitação em locais menos densamente povoados, o fator negócio que sofreu uma alteração na flexibilidade de negociação, e o fator de oportunidade (pessoas que querem beneficiar da queda do mercado para adquirir habitações a preços mais baixos).

Agora se nos perguntar, será que o Covid-19 contribuiu assim para um abalo tão significante no setor imobiliário? Honestamente, nem por isso. A estabilidade característica deste tipo de mercado desafia todas as probabilidades, e hoje em dia tornou-se um setor tão bem cimentado que mesmo as maiores ameaças externas não parecem ter um impacto tão considerável. Ou seja, é suscitável que as tendências mudem, mas os números pouco ou nada mexem.

Esta é a razão pela qual nós acreditamos piamente que agora é a altura de investir. Não afirmaríamos isto se o mercado imobiliário fosse uma coisa nova para nós. Temos 30 anos de experiência, passando por várias crises económicas – e ao mesmo tempo gerindo e assistindo os nossos investidores até nas alturas mais delicadas, tornando-nos uma referência no mercado imobiliário Português.

De cada obstáculo, tornamo-lo numa virtude. É por isto que somos "The Marksmen of Asset Management".