Irá a Vacina Impactar o Investimento Imobiliário?
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Seguindo o nosso artigo anterior sobre a atual incerteza do mercado, ficámos encantados com a notícia desta semana: a Pfizer, juntamente com a BioNtech, desenvolveram uma vacina com uma taxa de sucesso de 90% na prevenção do coronavírus. Jornais internacionais como o The Economist e a Forbes já declararam o início de um longo fim para a pandemia.
O que significa a vacina para o mercado?
Tendo passado sensivelmente um ano com pouco ou nenhum avanço em relação a uma possível cura para o coronavírus, a especulação económica rapidamente percebeu que tempos muito difíceis nos esperam. Com o comércio retalhista e grossista a sofrer enormes quebras em 90% dos setores, já sem falar na hotelaria, uma inevitável crise ocorrerá nos próximos anos. A questão, porém, assenta em quando ocorrerá o recomeço económico, com muitos a apontar para levar cerca de 3 ou 4 anos.
Agora, com uma vacina eficaz, que preveniria cerca de 50% dos casos no mundo, e com uma taxa de sucesso acima de 90%, todo o panorama sócio-económico muda. Tal e qual como a doutrina de Adam Smith, o mundo gira em torno da oferta e da procura, e a cura para o vírus não é diferente. Há uma necessidade interminável de conter a pandemia, o que, consequentemente, canaliza esforços adicionais para conter este vírus.
Fotografia por L N no Unsplash
Supondo que a vacina seja tão eficiente quanto é dito ser, as estimativas atuais apontam para cerca de 50 milhões de unidades a serem produzidas até o final de 2020. Para além de ajudar milhões de pessoas, o impacto positivo da vacina não termina aí. É uma luz no fundo do túnel para a economia. É isto mesmo, isto pode reduzir a especulação do reinício económico em até 2/3 anos ou até muito menos. Por outro lado, isto beneficiará especialmente o investimento a longo prazo, visto que o risco associado é notavelmente reduzido em comparação com os tempos pré-vacina.
O que vai acontecer é que a retoma vai ser muito mais rápida e impercetível. Ao dar-se a inversão do mercado, a retoma começa com um período curto e lento, seguida de uma aceleração exponencial em termos de procura de ativos e aqueles que se encontravam à espera da grande baixa de preços, vão apanhar o comboio em grande andamento.
De que forma afeta o mercado imobiliário?
É importante esclarecer que os efeitos da pandemia nos investimentos em ativos imobiliários ainda não foram sentidos na dimensão que muitos previram. Com exceção dos hotéis, todas as outras classes de ativos permaneceram em cruise control. Os maiores impactos foram sentidos em menor escala, em particular no valor do arrendamento de habitações, sobretudo em pequenas tipologias - muitas estagnaram ou até diminuíram de preço.
O impacto imediato e de longo prazo da vacina pode significar uma lufada de ar fresco para o investimento como um todo. Uma vez que grande parte dos investimentos de larga escala têm o cálculo de risco como o critério mais importante, este é um alívio considerável para muitos investidores.
Fotografia por Andre Pfeifer no Unsplash
Isto pode significar ainda uma transição abrupta do mercado. Os hotéis podem não se tornar de alto risco, o teletrabalho pode não assumir a liderança como a tendência preferida do sistema de trabalho e o retalho pode florescer novamente com a ajuda do turismo e de mais pessoas nas ruas já no primeiro trimestre do ano.
Quem irá tirar vantagem disto?
Mais uma vez, é aqui que temos que dizer: "Nós avisámos". A incerteza do mercado, apesar de presente, é ainda recente. Esta "janela" de tempo ainda não se converteu no aparecimento de ativos oportunistas consideráveis, embora estejam a aumentar em número. O que isto significa é que, ao contrário da crise de 2008, o prazo em que é possível fazer negócios de alto risco é significativamente menor. No entanto, os investidores que beneficiem de ativos a um preço reduzido devido à pandemia irão certamente capitalizar quando a economia recuperar. Contudo, o obstáculo aqui é o facto de esta passar a ser estratégia de praticamente todos os fundos de investimento nas próximas semanas ou meses. Portanto, se pretende investir num projeto do zero ou num ativo de alto risco para obter um enorme retorno num horizonte temporal muito curto, é melhor agir rapidamente!
Por outro lado, os países que contaram com um desempenho extraordinário face à pandemia serão ainda mais alavancados por este evento. As pessoas querem estar onde se sintam seguras, confortáveis e concretizadas. O turismo residencial não parou e com ele um enorme incremento impulsionado grandemente pela pandemia cada vez mais contribui para uma mudança do conceito de globalização residencial.